terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Oficina Estética do Cinema - Museu da Comunicação Hipólito José da Costa

Nossa ideia inicial era que o público fosse composto pelos transeuntes do Centro Histórico devido ao nosso interesse em proporcionar ao grande número de pessoas que passa pelas portas da Instituição a oportunidade de adentrá-las, num esforço para que o público identifique-se e aproprie-se do rico acervo e do savoir-faire da produção cinematográfica. Mas devido às questões internas da instituição e a remarcação da data de inauguração da Exposição, tivemos que realizar a ação com amigos e familiares pela manhã do dia 12 de dezembro, o que acabou sendo como uma boa escolha, pois entre os sete participantes, cinco nunca haviam entrado no Museu. Os participantes tinham entre 15 e 60 anos, abrangendo a faixa etária proposta, assim como a escolarização pretendida que era entre ensino fundamental incompleto ao ensino superior completo.

Após nos encontrarmos no saguão de entrada do Museu da Comunicação, os setes amigos participantes, o Diretor de Fotografia Ivo Czamanski, a coordenadora do Setor de Cinema do Museu Carlinda Mattos, eu e o Leandro nos encaminhamos para a Sala Expositiva que ainda não está pronta, faltam alguns ajustes, principalmente as etiquetas dos objetos. Durante a visita à exposição “Do Fotograma ao Cinema”, Ivo Czamanski, que além de trabalhar com o cinema por praticamente toda sua vida, é o Coordenador Técnico do projeto “Do Fotograma ao Cinema”, devido ao imenso conhecimento sobre o saber fazer de outrora do cinema e as especificações de cada equipamento, conversou com os participantes apresentando fatos e curiosidades que a maioria sequer imaginava, apresentando a magia e o romance do cinema, algo que diante das facilidades das tecnologias atuais está se perdendo. Esta visita mediada durou cerca de 50 minutos, pois mesclou o “bate-papo” já que os participantes comentavam e perguntavam a cada equipamento encantando-se com a história da estética e dos truques cinematográficos.

Na segunda parte da ação, os participantes colocaram a mão na massa produzindo filtros artesanais tais quais os usados na mesma época dos equipamentos expostos, havia três tipos de filtros confeccionados com garrafas PET, meias-calças e transparências para projetor (acetato). Para facilitar o processo, já entregamos as garrafas pets e as meias-calças cortadas, os participantes pintaram com canetas hidrocores os seus pedaços de acetato conforme sua vontade. Então todos se divertiram produzindo vídeos e fotos utilizando os filtros artesanais com seus smartphones, resultando em excelentes registros deste momento de compartilhamento de experiências, apesar de que houve um pequeno problema em alguns filtros de acetato, nos quais as canetas não aderiram como deveriam. Em ambas as etapas, a Carlinda acompanhou com seu olhar atento e apaixonado pelo cinema realizando contribuições pontuais sobre o assunto. Por fim, os participantes responderam um questionário avaliativo da ação.






   Apesar dos empecilhos que surgiram, foi uma ótima oportunidade para aprender a lidar com as disputas de poder dentro das instituições, com os problemas estruturais de um Museu, o qual o Estado trata com desleixo, apesar de todo o esforço dos funcionários em manter viva a instituição. Estou convicto de que conseguimos atingir plenamente nossos objetivos iniciais: Realizar uma visita ao Museu Hipólito José da Costa, Sensibilizar os participantes a apropriar-se do Museu, Conhecer a história do processo de produção cinematográfica, Conhecer a estética cinematográfica e Aplicar a estética cinematográfica na produção de vídeos caseiros via smartphone devido às respostas do questionário e às reações dos participantes ao longo da ação.






Visita APERS

         
       Participamos da ação educativa “Os Tesouros da Família Arquivo”, ao visitarmos o Arquivo Público do Rio Grande do Sul no dia 30 de novembro de 2017, trata-se de uma excelente e dinâmica atividade. Tal atividade ocorre normalmente com as turmas do Sexto e Sétimo anos do Ensino Fundamental, ela inicia com uma apresentação no auditório sobre Patrimônio, a história do arquivo e claro, os cuidados necessários durante a visita.

            Depois tivemos uma visita guiada pela instituição sobre a história da edificação assim como sobre as melhores maneiras de acondicionamento em arquivos. Para então começarmos a atividade em si, após um divertido teatro de fantoches, participamos de uma “caça ao tesouro” pela edificação. Eram cinco grupos que deviam seguir as pistas encontradas para chegar ao seu respectivo  tesouro, uma caixa com documentos do próprio arquivo referentes à escravidão.




          Quando os cinco grupos regressaram com suas caixas, cada um discutiu sobre o material entre si e com o mediador, após os participantes compartilharam as histórias sobre os escravizados que estavam registradas naqueles documentos.






Visita à Fundação Vera Chaves Barcellos








   No dia 16 de novembro, fomos visitar a Fundação Vera Chaves Barcellos, mais especificamente a exposição “Aã”, além de conhecer o Setor Educativo, do qual Margarita Kremer, nossa guia durante a visita, faz parte.  Para saber mais sobre a exposição "Aã"


   A Fundação Vera Chaves Barcellos é reconhecida por seu viés ecológico e sustentável, tanto que pela primeira contou com obras da exposição fora da Sala dos Pomares, ou seja, havia obras em meio ao Pomar, em sinergia com a natureza.

   Margarita nos guiou pela exposição, explicando cada obra, ofertando a chance de cada um apropriar-se das mesmas para que as ressignifiquem. Margarita ressaltou a preocupação com os públicos escolares, quando dialogam com os professores sobre obras de temas mais controversos, cabendo ao educador a escolha de discutir ou não tal obra. A visita guiada contou também com a presença da museóloga Fernanda Porto Campos que contou detalhes sobre a concepção de algumas obras externas.


     O programa educativo da instituição possui excelentes materiais impressos gratuitos, além de ser uma educação contínua ao levar os temas abordados nas exposições para a sala de aula, trabalhando tanto com os professores quanto os alunos.

Avaliação Materiais Educativos

        No encontro do dia 07 de dezembro do ano de 2017, analisamos o material educativo do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, mais precisamente “Porto Alegre – Dominó da Memória”, um dominó misturado com jogo da memória com fotos dos anos 1920 e 1930 – com autoria desconhecida-, que fazem parte da Coleção João Pinto Ribeiro Netto, pertencente à Fototeca Sioma Breitman da instituição.

    O jogo é destinado para todos os públicos com o intuito de ensinar de forma lúdica sobre o patrimônio cultural de Porto Alegre por meio de fotografias de espaços públicos da década de 1920 e 1930. A principal estratégia deste tradicional jogo é que em vez de números, utilizam-se imagens de Porto Alegre dos anos de 1920 e 1930. As cartas do jogo são acompanhadas por um folder contendo um glossário com termos técnicos, além de um conjunto de cinco cartas que trazem uma breve história dos 10 locais retratados.
      À medida que jogo se refere ao patrimônio histórico do município, ele compactua-se com a missão do Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo. Dessa forma, concordamos que ações museológicas não são necessariamente estabelecidas apenas a partir de objetos musealizados:
Assim como a educação, o patrimônio cultural é o referencial básico para o desenvolvimento das ações museológicas. Os processos museais gestados, ao longo dos anos, contribuíram, de modo efetivo, para a ampliação do seu conceito, na medida em que, para sua aplicação, o patrimônio cultural é compreendido como a relação do homem com o meio, ou seja, o real, na sua totalidade: material, imaterial, natural e cultural, em suas dimensões de tempo e de espaço. Conseqüentemente, os bens culturais a serem musealizados também foram ampliados. Nesse sentido, as ações museológicas não são processadas somente a partir dos objetos, das coleções, mas tendo como referencial o patrimônio global, na dinâmica da vida, tornando assim necessária uma ampla revisão dos métodos a serem aplicados nas ações de pesquisa, preservação e comunicação, nos diferentes contextos. (SANTOS, 2001, p.60)

     Nessa perspectiva, concluímos que o jogo transmite conhecimento a partir de uma atividade dinâmica e adaptável para pequenos ou grandes grupos. Trata-se de um jogo intuitivo – pois não possui muitas regras- e através de imagens históricas tornam mais agradável e interativo o processo de aprendizagem. Ademais, o Dominó da Memória conta com um design aprazível, sendo produzido em um material acessível, podendo ser utilizado como modelo para outras coleções fotográficas em diversas tipologias de Museus.

domingo, 5 de novembro de 2017

Educação em Museus de Ciências




         No dia 26 de outubro fomos conhecer o excelente trabalho desenvolvido pela equipe do Museu de Ciências Naturais – Fundação Zoobotânica do RS, especificamente o Curso de Formação de Professores para a visitação ao Museu, que inicia com uma fala da historiadora Márcia Spadoni sobre a história dos Museus, assim como sobre o acervo e coleções, são 14 coleções do Museu de Ciências Naturais, além das atividades educacionais promovidas, sempre focadas no Museu, Escola e Comunidade, todos os profissionais da Fundação Zoobotânica envolvem-se na criação das atividades educacionais, são cerca de 30 técnicos, formando assim uma equipe multidisciplinar com um trabalho transdisciplinar de excelente resultado. Após a bióloga Laura Tavares conversa sobre a necessidade urgente de preservar o equilíbrio da biodiversidade em cada bioma e quanto o trabalho da Fundação Zoobotânica é de extrema importância na preservação da vida no Rio Grande do Sul.

Márcia Spadoni

Laura Tavares











Então ocorre a visita pelas salas de exposição Museu de Ciências Naturais, durante esta visitação podemos conhecer o trabalho sustentável do artista Ronaldo que cria suportes e réplicas de animais com materiais reciclados. Depois fomos conhecer a coleção Entomológica de besouros, cujo curador é o biólogo Luciano Moura, especialista no assunto que desenvolve um magnífico trabalho, pesquisando, catalogando e armazenando diversos espécimes de besouros de vários locais do planeta.




Ronaldo
Luciano Moura

Não podemos deixar que toda a pesquisa e trabalho desenvolvidos pela Fundação Zoobotânica sejam extintos devido a escusos interesses governamentais.




Museus e educação: diversidades teórico-metodológicas: educação patrimonial, educação para o patrimônio, educação com o patrimônio?


Neste encontro discutimos a partir de um texto introdutório de Zita Possamai e Carmem Gil a visão sobre Educação em Museus de cincos autores, eis um breve resumo:

Maria de Lourdes HORTA – os patrimônios/objetos são as fontes primárias para a Educação Patrimonial, termo que para a autora já não comporta mais os anseios da área, sugere Educação para Patrimônio ou Educação com Patrimônio, pois a educação ocorre com a apropriação do patrimônio, identificando-se e atribuindo significados.





Maria Cristina BRUNO – o processo museológico já é uma ação educacional pedagógica, através da salvaguarda do patrimônio que ocorre o ensino.











Denise GRINSPUM – foca-se na Arte como parceira da Educação, afirma que os contextos sociais e físicos influenciam na conscientização patrimonial, parte do princípio da observação, registro, exploração e apropriação como norte para a Educação, ou seja, valoriza mais o objeto do que o sujeito.




Michel VAN-PRÄET – aborda o saber científico, um patrimônio intangível, que surge do processo da coleta e pesquisa. A Educação com Patrimônio ocorre nas ciências naturais através do uso de réplicas que perpetuam o saber científico, algo polêmico para os Museus Históricos, devido ao fetiche do original.



Maria Célia Trigueiros Moura SANTOS – relaciona o processo museológico, pesquisar, preservar e comunicar com a Educação, valoriza a Ação Educativa que produz conhecimento integrado. Aponta que as tradições educam o sujeito ao serem transmitidas de geração em geração.



Baseado em

POSSAMAI, Z. R. ; GIL, C. Z. V. . Educação Patrimonial: percursos, concepções e apropriações. Mouseion (UniLasalle), v. 19, p. 13-26, 2014.
HORTA, Maria de Lourdes Parreiras. Fundamentos da Educação Patrimonial.  Revista Ciências & Letras, n°27, Porto Alegre: FAPA, 2000. P.25-35.
GRINSPUM, Denise. Educação para o patrimônio: Museu de arte e escola – Responsabilidade compartilhada na formação de públicos. 2000. 131p. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo. p. 7-27 (capitulo 1).
SANTOS, Maria Célia Trigueiros Moura. Museu e educação: conceitos e métodos, 2001. [Artigo extraído do texto produzido para aula inaugural do Curso de Especialização em Museologia do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, proferida na abertura do Simpósio Internacional “Museu e Educação: conceitos e métodos”, realizado no período de 20 a 25 de agosto].
BRUNO, Maria Cristina Oliveira. “A Museologia como uma Pedagogia para o Patrimônio”. In: Ciências e Letras. Revista da Faculdade Porto-Alegrense de Educação, Ciências e Letras. nº 31, Porto Alegre, 2002. p.87-97. (Texto no xerox)
VAN-PRÄET, Michel. A educação no museu, divulgar "Saberes Verdadeiros" com "Coisas Falsas". In: GOUVÊA, G.; MARANDINO, M.; LEAL, M.  C. (Orgs.). Educação e museus: a construção social do caráter educativo dos museus de ciências. Rio de Janeiro: Access, 2003. P. 47-62.

Imagens

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/70/Anefo_910-9352_Amsterdamse.jpg/220px-Anefo_910-9352_Amsterdamse.jpg

http://noticias.ufsc.br/files/2013/11/horta-2.jpg

http://boletim.museus.gov.br/wp-content/uploads/2015/09/Cristina-Bruno.jpg

https://www.facebook.com/casafrancabrasil/photos/a.1001455636598999.1073741832.107124409365464/1001456209932275/?type=3&theater

http://koyre.ehess.fr/docannexe/file/2212/mvpraet01.jpg

http://www.ibahia.com/fileadmin/ibahia/M/2012/maria-cc3a9lia-t-moura-santos-divulgac3a7c3a3o-dimus1.jpg





Vivência em Projeto Educativo CHC Santa Casa


      No dia 28 de setembro fomos até o Centro Histórico-Cultural Santa Casa, precisamente ao Museu Joaquim Francisco do Livramento, conhecer e vivenciar a ação educativa “Oficina violência contra mulher: fatos do passado e presente” desenvolvida pelas colegas de curso, Julia Jaeger, Kimberly Pires e Alahna Rosa no ano de 2016 com foco nos estudantes do Ensino Médio.

      A oficina consiste em traçar paralelos da violência contra a mulher entre o ontem e o hoje, em um primeiro momento são apresentados vídeos que demonstram o machismo e como o mesmo condiciona o espaço da mulher na sociedade atual, após ocorre uma visita guiada pelo Museu, na qual através da museália os participantes são guiados a refletir sobre o papel social que foi atribuído às mulheres ao longo da história, assim como sobre as violências que as mulheres sofreram pelo fato de serem mulheres, tais como cortar cabelo, forçar a abandonar filhos, precisar de autorização para trabalhar.

    Em um terceiro momento, os participantes voltam para uma sala e são divididos em três grupos e cada um recebe uma caixa contendo estatísticas, matérias jornalísticas e charges sobre um determinado tema para interligar aos temas abordados durante a visita guiada.

    Por fim, outro vídeo sobre a violência contra a mulher é apresentado.

    Trata-se de uma ação exemplar que instiga o debate e promove reflexões.